Olimpiadas Made in China !

 
 
 
No país onde o terceiro ponto turístico mais visitado (depois da Muralha da China e da Cidade Proibida) é o paraíso dos produtos falsificados (o Silk Street Pearl Market, um camelódromo gigante), não é de espantar que as coisas não sejam assim como parecem. Agora estão vindo à tona detalhes reveladores da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Pequim. A menininha linda e afinada que cantou na festa, na verdade, não cantou. As pegadas desenhadas com fogos de artifício exibidas na TV e no telão do estádio não eram exatamente aquelas que todo mundo viu. E até a torcida, muitas vezes, não tem nada de espontânea nos gritos e nos aplausos.

Quando o assunto é informação, então, a China do faz-de-conta age com ainda mais rigor. O acidente envolvendo um acrobata no último domingo é um exemplo. O comitê organizador dos Jogos sonegou dados sobre o estado de saúde da vítima. O nome do acrobata só foi divulgado depois de mais de 40 horas e de muita insistência da imprensa. Mesmo assim, o hospital militar para onde ele teria sido levado sequer confirmou a internação. Pelo pouco que se permitiu saber, Florian Januel, integrante de um grupo francês de acrobatas, lesionou a vértebra torácica após despencar de três metros de altura durante acrobacias no intervalo de um jogo de basquete entre Austrália e Croácia. Não se sabe se a queda afetou a coluna cervical.
 
A obsessão dos dirigentes comunistas chineses por apresentar ao mundo uma imagem perfeita de seu país acabou criando um desastre de relações públicas, com a revelação de que a cantora-mirim do início da cerimônia de abertura da Olimpíada não era a dona da voz que ecoou no Ninho de Pássaros na sexta-feira. A verdadeira cantora é uma garota de 7 anos, Yang Peiyi, escondida do público por não ser considerada bonita o suficiente (seus dentes são tortos) aos olhos de um integrante do Politburo que assistiu ao último ensaio antes do espetáculo.

 
O diretor musical da cerimônia, Chen Qigang, afirmou em entrevista que o dirigente (cujo nome não revelou) determinou em cima da hora a substituição de Yang Peiyi (a esquerda na foto acima)  por Lin Miaoke, 9, a graciosa garota que foi a estrela da entrada na bandeira chinesa no estádio olímpico.
Apesar de bonita, Lin Miaoke não tinha o talento musical necessário para cantar diante de um público de 91 mil pessoas e mais 4 bilhões de telespectadores em todo o mundo e foi "dublada" por Yang Peiyi.
Chen Qigang justificou a substituição e disse que o diretor artístico da cerimônia, o cineasta Zhang Yimou, estava ciente da troca. "Nós combinamos a voz perfeita com a performance perfeita". Segundo ele, a substituição foi realizada tendo em vista o "interesse nacional" e seria compreendida pela audiência.
O pior de tudo é que a imprensa oficial chinesa tentou transformar Lin Miaoke em um fenômeno, apesar do fato de ela não ter interpretado a canção que foi ouvida na noite de estréia da Olimpíada.
 
Platéia contratada


Outra revelação desta terça-feira: autoridades admitiram que os organizadores estão destacando "batalhões de torcidas" para ocupar os lugares vazios dos estádios. Os "batalhões" são formados por voluntários e estão sendo contratados para ocupar lugares vazios dos estádios e torcer pelos atletas.

Segundo os organizadores, torcedores de verdade estão deixando de lado as fases iniciais de algumas competições para se concentrar apenas nas fases finais. Eles também culpam o mau tempo.

Ao vivo, mas nem tanto
 
Os organizadores também admitiram que a cerimônia de abertura transmitida "ao vivo" incluía imagens de fogos de artifício gravadas com antecedência, segundo eles "o céu não estava limpo no dia da cerimônia de abertura".
 
 
 
Lembram da espetacular queima de fogos no dia da abertura? Na realidade, as explosões circulares só aconteceram no computador. Segundo a organização dos jogos, a queima verdadeira seria muito perigosa para o helicóptero que fazia a cobertura aérea.
 
 

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