Os primeiros traços de hominídeos encontrados datam de aproximadamente quatro milhões de anos atrás. Tudo começou com Lucy, um fóssil de aproximadamente um metro de altura que apesar de se parecer mais com um macaco do que com o homem moderno, já caminhava ereto e tinha os polegares das mãos adaptados para segurar objetos.
A evolução do homem prosseguiu, mas é interessante ressaltar que nesses quase quatro milhões de anos que se passaram o homem continuou praticamente igual aos primeiros hominídeos, vivendo primitivamente em bandos nômades, morando em cavernas ou mesmo dormindo ao relento.
Apesar de o homem desenvolver a palavra, não havia registro gráfico do pensamento e dos fatos. Toda a experiência que um homem da pré-história acumulava na vida se perdia quando ele morria.
Há pouco menos de dez mil anos atrás, as primeiras formas de escrita começaram a ser desenvolvidas. Já era possível registrar as experiências e passá-las aos descendentes, fazendo assim, com que o conhecimento não se perdesse e se acumulasse de geração em geração. A trajetória do homem em direção ao conhecimento e à modernidade passou a andar cada vez mais rápido e em apenas dez mil anos o homem progrediu muito mais do que nos quatro milhões de anos passados na escuridão da ignorância. A que se deve este progresso?
À invenção da escrita, e ao livro, receptáculo de todo o conhecimento humano, feito de papel, este material que não se quebra, pouco pesa e é agradável aos olhos e ao manuseio.
A origem do papel data do ano 105 A. C.
Foram encontradas peças em escavações nos arredores da cidade de Hulam, na China. Presume-se que o inventor foi Ts'ai Lun, um alto funcionário da corte do imperador Chien-Ch'u, da dinastia Han (206 A.C. a 202 D.C.) contemporânea do reinado de Trajano em Roma. A transferência da invenção chinesa para os árabes ocorreu com a captura, pelos árabes, de artesãos chineses, e em Bagdá no final do século VIII (795 D.C.) já se conhecia a fabricação de papel. A manufatura do papel artesanal acompanhou a expansão muçulmana ao longo da costa norte da África até a Península Ibérica. Em Xavita, 1085 D.C., foi instalado o primeiro moinho papeleiro da Europa, ainda na região dominada pelos mouros. Só depois que a fabricação de papel se instalou em Fabriano (Itália), em 1260, é que a produção de papel se disseminou por toda a Europa. Também se deve ao moinho de Fabriano a primeira marca d'água no papel.
A primeira máquina de fabricação de papel foi introduzida por Nicholas-Louis Robert, em 1797. Em 1809 John Dickinson fez a primeira máquina cilíndrica, iniciando o método moderno de fabricação de papel.
CRONOLOGIA DO PAPEL
- 105 A.C. - Origem do papel na China com Ts'ai Lun.
- 611 D.C. - Instalam-se manufaturas do papel na Coréia.
- 794 - Instala-se a fabricação de papel para o comércio, primeiro em Damasco, depois em Bagdá.
- 807 - Produção de papel em Kioto, no Japão.
- 877 - Nota-se a existência do papel sanitário.
- 900 - O papel é fabricado no Egito pelos árabes.
- 950 - O papel chega pela primeira vez na Espanha através de livros.
- 998 - O papel moeda é o meio circulante da China.
- 1000 - Dois árabes fazem uma escrita a respeito dos métodos de fabricação do papel.
- 1150/1151 - Os árabes chegam à Espanha fixando-se numa região de Valencia (Xavita) sendo instalado o primeiro ponto de fabricação da Europa.
- 1282 - Introdução da marca d'água por Fabriano: cruzes e círculos.
- 1285 - Marca d'água na França: flor de Liz.
- 1309 - Início da utilização do papel na Inglaterra.
- 1320 - Chegada do papel na Alemanha.
- 1390 - Instalação da primeira indústria na Alemanha.
- 1405 - Chegada do papel na região de Flandres, levado por um espanhol.
- 1450 - Invenção da imprensa -Johannes Guttemberg e consequente procura por papel.
- 1550 - Comercialização do papel de parede proveniente da China pelos espanhóis e holandeses em toda a Europa.
- 1809 - Começa a fabricação de papel no Brasil, no "Andaraí Pequeno", Rio de Janeiro.
- 1920/1930 - Importante década para o desenvolvimento do papel no Brasil.
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