Mesmo sendo diferenciados dos escravos de fazenda, os malês eram maltratados e desrespeitados. Fontes apontam o termo como original da África (Ioruba), que significaria: "O muçulmano".
Também por força da igreja católica, eram coibidos de realizar suas orações, o que causava grande insatisfação. Segundo alguns estudos o princípio da revolta aconteceu depois que dois líderes religiosos foram presos e assassinados. A partir disso uma organização para que o motim acontecesse foi elaborada com cartas escritas em árabe e distribuídas a todos os malês, marcando hora, local e traçando o plano de ataque.
O objetivo dos revoltos era matar todos os brancos e pardos e instituir um governo islâmico. Porém, o plano não deu certo e as forças oficiais do governo venceram a batalha. Muitos malês foram condenados a morte e outros foram extraditados para a África. Apesar da derrota, esses muçulmanos marcaram sua passagem pelas terras brasileiras.
Depois do levante os muçulmanos foram proibidos de sair à noite e de se reunir para a pratica das orações. Com forte presença da igreja católica, não só o Islam, mas todas as religiões ficaram sem espaço e eram consideradas praticas ilegal.
A vinda dos muçulmanos de etnia árabe
As duas grandes guerras mundiais, a criação do Estado Judeu (1948) e a guerra civil no Líbano (1975-1990), serviram de forte incentivo para que muitos muçulmanos, de etnia árabe, migrassem para outras partes do mundo, incluindo o Brasil. Segundo o professor Helmi Nasr, intelectual muçulmano egípcio, hoje em dia o número de muçulmanos chega próximo a dois milhões no Brasil e, de imigrantes árabes não muçulmanos a oito milhões de pessoas. Com muito esforço e união, esses imigrantes construíram as mesquitas, como a mesquita São Paulo, tida como a primeira mesquita edificada da América Latina. Também graças a essas comunidades islâmicas, muitos brasileiros conheceram o Islam e abraçaram a religião.
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